Borboletas de Cristal...




Céu de outono, azul bem claro.
Sol ameno, raios límpidos.
Campo aberto, cheio de flores.
Um grande rio a correr sem fim…
Pedras soltas, pérolas artificiais.
Paisagem perfeita, dentro dos olhos cansados que avistam, ao longe, pequenas borboletas, refratando as cores suaves de toda essa mágica e solar natureza.


Assim calo-me...





Assim calo-me!
Fecho todas as portas que poderiam mostram tantas e belas paisagens.
Hoje tudo é edifício... grandes pirâmides de ponta cabeça, seres humanos às avessas, com fraturas expostas dos pés à cabeça.
Assim calo-me e, de certa forma, declaro redenção às situações...
Minha omissão custa-me o luto, a alma negra, os ombros caídos... a boca seca e seco também o coração.
Calo-me na tristeza, porque falar, muitas vezes, é ser incompreendida.
Calo-me e num futuro próximo estouro os ouvidos, por ouvir e não poder falar.
Calo-me porque não entendo... não chega até mim o discernimento.
Não sou estrategista e me enoja o mundo articulado e cheio de planos...
A ambição desmedida corrompe seres e mais seres e, também por isso calo-me, talvez com irreversível dor.
Calo-me de tanto amor!
Calo-me, em reclusão serena, pois tenho que dar atenção às reais profundezas que correm sob mim.
Calo-me porque vou em busca de sutilezas... de delicadezas... vou em busca das almas que me encantam por tamanha doçura.
Calo-me sem frescuras!
Enfim, encerro todos os sons e me lanço ao hermético silêncio...
Alço voos. 
Toco todos os céus!
Beijo as estrelas!
E dentro desse meu silêncio dou ouvidos a milhares de sons e vivo uma gestação que dará início a um NOVO TEMPO, carregado de AMOR, ESPERANÇA e FELICIDADE...
Um tempo onde eu possa, com mais clareza e segurança, novamente, poder FALAR, não somente por FALAR.





Reflexos da minha alma...




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Aqui, cada parte de mim...
Partes intensas, imensas, insanas, amenas.
Pedaços cintilantes de cada vida que foram minhas...
Aqui, aventuras, desventuras... sabores, amores românticos e solidão.
Contratempos!
Desalentos!
Alegria de sentir cada átomo dos meus dias tônicos.
Aqui, reflexos de tudo aquilo que a minha alma sente e pressente.
Um espaço para visitas esperadas e inesperadas.
Um canto arejado, onde as águas cristalinas correm e viram coloridos regatos.
Aqui, a presença de um céu azul, onde estrelas brilham de noite e de dia...
Aqui, uma fisgada de alegria.


Aqui! Somente aqui, todo o infinito que se recolhe, dentro de mim.
Aqui, onde tudo deveria ser escuro, mas é tão claro...
Aqui um cômodo raro, onde me abrigo, quando tudo parece desmoronar.

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Passar dos dias...


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Não quero me rejuvenescer. Nunca quis. 
Quando olho no espelho gosto do que vejo, na amplitude da minha idade - cabelos começando a pratear, marcas de expressões dos risos que dei, das lagrimas que derrubei, o brilho diferente dos olhos que, com o passar dos tempos tornam-se um tanto opacos em certos momentos...
Chegamos numa certa idade que ninguém nos rouba mais nada; não nos tiram mais noites de sono, muito menos o viço dos sonhos.
Com os dias que acumulamos sentimos com mais intensidade, porém com uma lentidão deliciosa.
A pressa acaba!
Os passos são mais curtos!
A certeza do fim nos redireciona à uma plenitude que só o tempo pode nos fazer sentir e, ninguém mais...
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Da tão procurada felicidade...




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Um passarinho me contou que mundo cor-de-rosa não existe; que finais felizes são reservados apenas para os romances e conto de fadas. Mas aí lhe pergunto, aguardando uma resposta honesta e muito sincera - quem garante que as princesas e as mocinhas são felizes para sempre?
Assim como nas histórias e estórias, passamos por turbulências e calmarias.
Lamentamos a turbulência quando ela chega e a lastimamos ainda mais quando vai embora, como se fôssemos fadados a ser infeliz...
Lembramos das alegrias com um certo pesar.
Ah! Essa tendência e forte egoísmo de querermos ser completa e plenamente contentes.
Não! Felicidade pura e cristalina é um artigo raro, porque fomos criados num péssimo dogma que para sermos felizes antes temos que ser tristes, temos que passar por um calvário.
Na verdade, para mim, nesse exato instante, pois pode ser que amanhã eu acorde acreditando em outra teoria, somos uma simbiose complexa de momentos que se dispõem em FELICIDADES E INFELICIDADES e por isso temos que saber dosar homeopática, alopática ou holisticamente as emoções que nos seguem nos interstícios de todos os nossos dias.
Nossos vãos jamais serão preenchidos!
As inquietudes nos cercam... as respostas são parcas.
A luz no fim do túnel é uma lenda.
Enfim, ser FELIZ não é algo que se perdeu no fim de Atlântida e muito menos em Shangri-La.
Felicidade tem se tornado uma tormenta, para muitos, pelo simples motivo de perseguição... de uma procura até a exaustão.
Basta!
Deixa fluir... fluir... fluir...
Deixa ir!
Abstraia!
FELICIDADE quando tem que ser, estar, permanecer, assim é - fica, está, permanece e só então o bem estar, o alívio, o sorriso, a languidão acontece e tudo mais desaparece.
Mais simples e pontualmente - É PRECISO, ANTES QUE MAIS NADA, ANTES MESMO DE QUERER, DEIXAR-SE SER, QUASE QUE INCONSCIENTEMENTE, ANESTESICAMENTE, FELIZ!

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Só sei ser poesia...

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E no meio de muitas tristezas eu corro.
Meu coração bate forte!
Pula! Pulsa e quase sai à boca.
O corpo palpita, sem fôlego, de emoção.
Num amplexo agarro o mundo inteiro.
Sonho!
Suponho, as cores que me faltavam.
Confesso, estou triste... ando muito triste!
Na verdade profundamente triste!
Mas o que fazer?
Mesmo diante de tudo isso eu só sei ser poesia!

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Renascer...

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Eu ando as tampas com certas teorias... com filosofias descabidas, completamente vãs... ando com o pavio curto diante de tantos desvarios... com tamanhas sandices que as palavras vão compondo.
Claro que sei e respeito cada qual, porque cada qual é cada qual... respeito sim a construção pertinente e única da crença de cada ser, mas para mim, muitas coisas já se foram e não mais acrescentam.
Os MANTRAS já estão gastos!
A autoajuda já bem diz, ajuda somente a cada um que se propõe a ajudar-se.
Velhos ditados, grandes máximas... VALHA-ME DEUS!!! Caíram por terra.
O que é esse negócio de que "PENSE O BEM E O BEM LHE ACONTECE"... "SEJA BOM E BONS FRUTOS COLHERÁ"
CARAMBA!!!
Eu me disciplino arduamente para pensar coisas boas, para semear coisas boas!
Não creio que um ser, propositalmente decide pensar somente coisas ruins!
As coisas RUINS nos chegam, independente da nossa vontade, como que se fosse um estigma... como que se tivéssemos a pagar dívidas passadas.
Tudo há de realmente ter um propósito!
Eu tenho me ajudado e muito!
Tenho feito na minha alma muitas varreduras!
Tenho aprumado o passo... talvez até tenha me "autoajudado" em excessos...
Agora decidi que está na hora de deixar o barco correr!
Está na hora de deixar os meus pés seguirem a valsa.
Soltar os nós... não cobrar nada! Não esperar nada!
Rasgar o peito e arrancar de dentro os incômodos de cada cômodo e ir... vazia e leve...
Depois chorar! Chorar muito!
Olhar para o céu das purgações e deixar-me queimar em todas as dimensões desse tal purgatório!
Já dourei demais a pílula!
Já cansei de fazer tudo pela metade!
Quero me afogar num mar revolto!
Quero ser engolida por ondas gigantes!
Quero ser consumada pelo suposto juízo final!
Quero renascer - em branduras, em ternuras... em LUZ!
Das cinzas quero me erguer, mas não como FÊNIX e sim como algo bem melhor do que sou... quero vingar nas pétalas da mais linda FLOR!!!

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AS FLORES DO MEU JARDIM...

AS FLORES D

Espinhos...




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✿✿✿✿Momentos em branco e preto✿✿✿✿
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