Borboletas voam...













Primeiro o casulo, fechado, úmido, quente e escuro.
Depois uma pequena fenda - portal do tempo, aberto para o mundo, em todas as direções.
Ela é frágil e encolhida criatura, presa aos anéis do tempo.
Quase sem firmamento, sem ainda conhecer o horizonte, vê a luz que vai ao longe do seu perdido olhar.
Quer sair! 
Rasgar as vestes de seda e compor-se em andrajos... ter os pés descalços.
Preâmbulo de horas - elaboração da fala, estrutura da personagem...
Uma estrela performática.
Palco, holofotes... tablados fortes!
Quem dera uma diva? Uma bailarina... ou a simples cortina que descerra o espetáculo...
Animal sem tentáculo?
Fragrância pura da flor e seu gineceu.
Solta!
Absorta!
É leve!
É lépida!
Borboleta solta pelo jardim que só quer voar.



6 comentários:

  1. Respostas
    1. Você é sempre uma querida e amiga, que por onde passa vai deixando suas gentilezas em forma de comentário.
      Beijinhos, amore!

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  2. Lindo poema!
    Borboletas sempre me encantam por encerrarem si o poder da transformação.
    Abraços!

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    1. Grata pelo carinho da leitura e por tuas impressões deixadas, amore!

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  3. Poema sublime que adorei :))

    Do nosso amigo Gil António, com- "Amantes" num Universo de apetência.

    Bjos
    Votos de uma óptima Sexta - Feira

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